Depois de um forçado interregno, a iniciativa Bibliotecando em Tomar terá a sua 12.ª edição nos dias 6 e 7 de maio. Desde o primeiro momento, este encontro procura ser um espaço e um tempo de celebração do conhecimento, da cultura e do património, promovendo discussões e partilhas acerca da condição humana e da representação da nossa identidade coletiva. Assim, ao longo das dez edições anteriores já foram debatidas temáticas como "Leituras: Modalidades e Potencialidades" (2010), "Leituras Lusófonas" (2011), "Leituras Migrantes: Identidade e Alteridade" (2012), " Das leituras de viagem e das viagens das leituras" (2013), "Leituras de lendas e mitos" (2014), "Leituras de Abril" (2015), "Os Outros e Nós: leituras da alteridade e mesmidade" (2016), "Utopias & Distopias: leituras das de ontem e de hoje" (2017), "Ética e Estética: leituras possíveis" (2018) e "Memória, Esquecimento e Inovação: leituras de sempre (2019)".
A organização de Bibliotecando em Tomar é multipolar: Agrupamento de Escolas Templários, Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria, Câmara Municipal de Tomar, Centro de Formação “Os Templários”, Rede de Bibliotecas Escolares, Instituto Politécnico de Tomar e Centro Nacional de Cultura. Tem sempre lugar na primeira sexta-feira e sábado do mês de maio, coincidindo com a iniciativa municipal do “Congresso da Sopa”, reforçando, assim, a ligação à comunidade. Refira-se ainda que tem como presidente da Comissão de Honra o Professor Doutor Guilherme d’ Oliveira Martins.
Os debates deste ano organizar-se-ão em torno do seguinte tema central: presença e exílio. O mundo atual é constituído por uma dinâmica importante de mobilidade migratória, originada por múltiplos fatores: redistribuição territorial, alterações demográficas, movimentos de colonização e descolonização, revoluções, que, como observa Edward Said, confere às sociedades e às culturas uma dimensão eminentemente miscigenada (Said, Réflexions sur l’exil, 2008). Qualquer que seja o nome que lhes é dado, estrangeiros, exilados, migrantes, refugiados, apátridas, deslocados, clandestinos, todos eles partilham aquilo que Alexis Nouss designa a exilência, que é “simultaneamente condição e consciência”, marcada por uma tensão entre o apego ao que se deixou e o apego ao que se alcança (Nouss, La condition de l’exilé, 2015). Edward Said, olhando para a condição de exilado, dá também ele conta da ambivalência de sentimentos que caracteriza o exilado, espartilhado entre a melancolia do que ficou e a esperança de um novo início.
Enfim, através de uma plêiade de oradores, que reflete do que de melhor temos no nosso País, entre escritores, professores, investigadores, economistas, médicos, juristas, jornalistas, políticos, agentes culturais, pensadores, filósofos, psicólogos, geógrafos, cientistas, musicólogos, arquitetos, embaixadores, economistas, filólogos, Bibliotecando em Tomar oferece-se como espaço de reflexão e de construção de “entendimento” numa dialética que se pretende construtiva.
Veja a gravação do STREAM do evento
06 maio, sexta-feira
SESSÃO DA MANHÃ: aqui
SESSÃO DA TARDE (parte 1): aqui
SESSÃO DA TARDE (parte 2): aqui
07 maio, sábado
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